Al-Abbas – o tio paterno do Profeta ﷺ

Al-Abbas – o tio paterno do Profeta ﷺ
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Posição e honra de Al-Abbas

Al-Abbas ibn Abdul-Muttalib ibn Hashim, tio do Mensageiro de Allah ﷺ, conhecido como Abu al-Fadl, nasceu em Makkah dois ou três anos antes do nascimento do Mensageiro ﷺ. Sua mãe era Nutaylah bint Janab ibn Kulayb, a primeira a vestir a Caaba com seda e brocado. Isso aconteceu porque Al-Abbas se perdeu quando era jovem e ela jurou que, se o encontrasse, vestiria a casa. Quando ela o encontrou, cumpriu sua promessa. Ele tinha onze irmãos e seis irmãs e ele mesmo teve dez descendentes, homens e mulheres.

Seu status na era pré-islâmica

A responsabilidade de fornecer água aos Banu Hashim cabia a Abu Talib, mas quando a pobreza se intensificou, Abu Talib confiou esta tarefa ao seu irmão, Al-Abbas. Ele era um dos mais ricos entre os coraixitas e assumiu o comando da administração da mesquita. Na era pré-islâmica, seu companheiro próximo foi Abu Sufyan ibn Harb.

Sua posição antes de declarar o Islam

Ele testemunhou o segundo Juramento de Aqabah com o Mensageiro de Allah. Foi forçado, como outros Banu Hashim, a ir para Badr, onde foi capturado e amarrado. O Profeta ﷺ ficou acordado naquela noite, quando questionado da razão da insônia, ele disse: ‘Fico acordado devido aos gemidos de Abbas’. Um homem, então, desatou suas amarras, e o Profeta ordenou o mesmo para todos os cativos.

O próprio Abbas, seus dois sobrinhos, ‘Aqil ibn Abu Talib e Nawfal ibn al-Harith, e seu aliado, Attab ibn Amr, se redimiram no dia de Badr. Ele se resgatou com cem onças de ouro porque era um homem rico.

A história de sua conversão ao Islam

Este tio do Profeta ﷺ não declarou o seu Islam até o ano da abertura de Makkah, o que levou alguns historiadores a considerá-lo entre aqueles que atrasaram o seu Islam. No entanto, outros relatos históricos sugerem que ele estava entre os primeiros muçulmanos, mas manteve o seu Islam oculto. Abu Rafi, o servo do Mensageiro, disse: “Eu era um servo de Al-Abbas ibn Abdul-Muttalib. O Islam tinha entrado nas pessoas da casa, e Abbas, Um Al-Fadl e eu abraçamos o Islam, mas Abbas o escondeu.”

Assim, Al-Abbas tornou-se muçulmano antes da Batalha de Badr. A sua posição em Makkah após a migração do Mensageiro e dos seus companheiros foi planejada de uma forma que serviu os melhores interesses, e os coraixitas sempre suspeitaram das suas intenções, mas não encontraram provas contra ele. Foi relatado que o Mensageiro ordenou que Al-Abbas permanecesse em Makkah.

O juramento de Aqabah

Durante o segundo Juramento de Aqabah, quando a delegação dos Ansar veio a Makkah na época do Hajj, composta por setenta e três homens e duas mulheres, com intuito de jurar lealdade a Allah e ao Seu Mensageiro e organizar sua migração para Madinah, o Mensageiro transmitiu esta notícia ao seu tio, Al-Abbas. Ele confiava inteiramente na opinião do tio. Quando se reuniram, Al-Abbas foi o primeiro a falar:

“Ó povo de Khazraj, de fato, Muhammad está entre nós, como vós sabeis, ele foi apartado de seu povo, e nós compartilhamos a mesma opinião sobre ele. Ele é honrado entre seu povo, porém está restrito em sua própria cidade. Ele apenas procura estar convosco e se juntar a vós. Se vós credes que podeis cumprir aquilo para o qual o vos reuni e impedir qualquer um que se oponha a ele, então vós cumpristes vossa obrigação. Mas se credes que vos rendereis e abandoná-lo-ei depois que ele vier até vós, então deixai-o agora, pois ele é honrado entre seu povo e em sua cidade.”

O Profeta ﷺ lembrou-se daquela noite em Madinah e disse: “Essa noite foi apoiada pelo meu tio Abbas. Ele estava se envolvendo com as pessoas, dando e recebendo.”

Principais características de sua personalidade

Al-Abbas foi excessivamente generoso, especialmente com parentes e familiares. Ele era astuto, possuía uma inteligência afiada, ele manteve um status elevado entre os coraixitas e protegeu o Profeta ﷺ quando seu chamado atraiu muitos danos e adversidades.

Alguns incidentes com o profeta

Os coraixitas não esconderam as suas dúvidas sobre Al-Abbas, por isso, durante a Batalha de Badr, aproveitaram a oportunidade para testar a sua lealdade. Al-Abbas entrou na batalha com relutância e, em Badr, encontrou-se com os líderes e chamou os companheiros do Profeta, dizendo: “Homens de Banu Hashim e outros foram forçados a juntar-se a nós contra a sua vontade. Eles não têm razão para lutar contra nós. Quem quer que encontre um deles, Abu Al-Bukhtari ibn Hisham ou Al-Abbas ibn Abdul-Muttalib, não deve matá-los, pois foram forçados a vir.”

Al-Abbas estava entre os capturados no dia de Badr. Ele foi levado cativo por Abu Al-Yasar Ka’b ibn Amr. O Profeta o pediu que resgatasse a si mesmo e à sua família, mas Al-Abbas recusou, afirmando que antes disso era muçulmano e foi compelido. O Profeta disse: “Allah conhece a tua realidade; se tu disseres a verdade, Eleteo recompensará. Quanto ao assunto aparente, estava por nossa conta. Resgata a ti mesmo.” Um Al-Fadl enviou o resgate de Makkah e o Profeta o libertou.

Durante a Batalha de Hunain, a voz e a firmeza de Al-Abbas destacaram sua lealdade. Enquanto os muçulmanos estavam reunidos num vale, os politeístas os emboscaram. Ao redor do Profeta estavam Abu Bakr, ‘Umar, ‘Ali, Al-Abbas e alguns companheiros. Al-Abbas não apenas estava com o Profeta, mas também estava na frente, segurando as rédeas de sua mula, desafiando o perigo. O Profeta o instruiu a chamar o povo, e ele o fez em voz alta, reunindo-os de volta após o ataque surpresa do inimigo. Eles se reagruparam, lutaram e obtiveram a vitória de Allah.

Interações com companheiros

Durante a seca (ano de Ar-Ramadah), ‘Umar ibn Al-Khattab pediu a Al-Abbas que suplicasse por chuva. Ele não partiu até que as nuvens derramassem chuva três dias depois.

Certa vez, Uthman ibn Affan o visitou. Al-Abbas, o tio materno da esposa de ‘Uthman, Arwa bint Kurayz, aconselhou-o: “Aconselho-te a manter um coração puro, a abster-te de discutir injustamente e a guardar a tua língua. Se tu fizeres isso, agradarás ao teu Senhor e retificará tua comunidade.”

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Fonte: Who Muhammad is?


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